Tenho tentado muito me conhecer e digo que não é uma tarefa fácil, muito pelo contrário. Mas quando começamos a perceber, é mágico. Nos ajuda a enfrentar situações de uma maneira menos complicada.
Abaixo uma matéria que ilustra o que quero dizer.
Abraços,
Tati =)
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Revista Bons Fluídos – Ed. 120 – Partes
De vez em quando a vida parece sair dos trilhos: um grande amor vai embora, uma pessoa querida morre, um amigo o trai, o emprego de anos é perdido inesperadamente. Nesses momentos fica difícil perceber qualquer coisa além da raiva e da dor. Acredite: tudo passa e tudo sempre passará, como diria Nelson Motta.
Porém, infelizmente milagres não existem e para sair do buraco você precisa dar uma força. Afinal, em momentos difíceis, o que mais se ouve é que só o tempo e a paciência são capazes de curar tudo. Antes fosse! Engana-se quem espera que eles, sozinhos, façam espécie de mágica e levem a dor para longe.
Como encarar a questão não é caminho dos mais fáceis. Algumas pessoas tendem a criar subterfúgios emocionais que dificultam o retorno da vida aos trilhos. Há aquelas tão racionais que só são capazes de entender os fatos por um prisma meramente intelectual e se tornam teóricas da própria dor. Outras se mantêm em uma situação de sofrimento perene, reclamem de todos ao redor, da vida ou do universo e exigem cuidados e atenção constantes.
“Algumas pessoas permanecem apegadas a um luto patológico, à melancolia e jogam a responsabilidade sobre o outro”, diz a psicanalista Sylvia Loeb. “Elas ficam no papel de vítima a vida inteira para não precisarem sair do lugar, para não sumirem sua responsabilidade na briga, na separação, na perda do emprego, ou seja, diante de sua própria vida.”
Seja como for que você reage à situação, uma coisa é certa: FICAR PARADO NA ESTAÇÃO É QUE NÃO PODE. É preciso agir sem demora. Uma alternativa para elaborar tantas emoções é falar, simples assim. Nessas horas, terapia pode ajudar muito. “Se o sentimento não for entendido, digerido e elaborado, pode sobrar tristeza, rancor e até doenças, que às vezes levam à depressão, explica Sylvia. “Quando se vive um assunto de verdade e se processa aquilo, não é preciso mais falar, porque já passou”.
Deixe doer
Além de procurar um ombro amigo, também é essencial aceitar a dor como um componente do processo e não brigar com ela. “Quanto mais ela é combatida, mais dolorosa fica e mais demora a passar”, ensina o psicoterapeuta Fábio Oliveira. O importante é perceber o que aquele momento difícil que nos ensinar sobre nós mesmos.
Ao que acrescenta a Monja Cohen, fundadora na comunidade Zen Budista de São Paulo: “Na dor, seja a dor”, recomenda. Segundo ela, esse sentimento é importante para nos mostrar onde está o problema e nos estimular a perseguir o caminho da cura. “Cada obstáculo, dificuldade ou perda é uma porta, uma entrada, uma possibilidade de mudança, um novo encontro.”
Amadurecer
A boa notícia é que, à medida que acumulamos experiências, é possível que fique mais fácil lidar com as possíveis dificuldades. Mais do que maturidade, o psicoterapeuta Fábio Oliveira chama isso de “maturescência”, pois enquanto vivermos estaremos numa longa jornada de amadurecimento e transformação, que consiste em aceitar que tudo, absolutamente tudo e óbvio, incluindo uma situação para parece sem solução e impossível de ser superada, tem início, meio e fim.
Por Thays Prado
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